E a terra nunca me pareceu tão distante, um dos expoentes do post-rock brasileiro

Na última terça (23), os paulistanos do E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante lançaram Medo de Morrer | Medo de Tentar, novo single duplo que é, sem dúvidas, o auge do trabalho do quarteto até aqui. O grupo, no entanto, não é o único a levantar a bandeira do post-rock no Brasil, que apesar de não ser conhecido universalmente como país exportador de bandas do gênero, possui uma cena criativa, versátil e extremamente interessante do estilo. Mas antes, comecemos do começo.

O que é post-rock?

Para os não-iniciados: post-rock é uma variante do rock que se desenvolveu com intensidade no início dos anos 1990, com influências de rock progressivo, psicodelia e experimentalismos em geral, com espaço para elementos de jazz, post-hardcore e música eletrônica. Confuso? Sim, porque quem empunhou uma guitarra para expressar a própria arte não necessariamente perdeu horas ou dias debatendo rótulos musicais, nem tentou desmembrar de forma lógica algo subjetivo e amplo como a criação artística. Essa bomba ficou pra gente, que discute e analisa música com essa pompa toda.

De forma resumida, o post-rock surgiu da explosão alternativa da década de 1980, e ficou marcado por canções longas, melancólicas e hipnóticas, com generosos trechos instrumentais – apesar da presença de vocais em algumas bandas – arranjadas com instrumentos utilizados tradicionalmente por bandas de rock, mas que fugiam dos clichês roqueiros. As guitarras abriram mão de riffs e power-chords para criar texturas e ambiências, como ensinado pela ambient music de Brian Eno e pelo shoegaze – primo contemporâneo do post-rock – e a estrutura pop das canções radiofônicas foi jogada pela janela.

O estilo se consolidou em 1991, com o lançamento da obra-prima Laughing Stock, do Talk Talk, e do furioso Spiderland, do Slint. Os dois álbuns resumiram de forma simples os principais caminhos tomados por grupos como Tortoise, Cul de Sac, Stars of the LidMogwai e Bark Psychosis nos anos seguintes, com desdobramentos consequentes em nomes como Godspeed You! Black Emperor, Sigur Rós, Explosions in the Sky, Do Make Say Think, entre muitos, muitos outros.

No Brasil

No delay da era pré-internet, o post-rock brasileiro se multiplicou de fato somente no fim da década de 1990, com bandas como Stellar (RJ) e Hurtmold (SP) entre os destaques do subterrâneo fonográfico do país. O estilo se desenvolveu por aqui nos anos 2000, com a evolução tecnológica que facilitou o acesso a artistas distantes do mainstream, através de gravações caseiras e a distribuição virtual.

De lá para cá, inúmeras bandas surgiram por estas bandas inspiradas no melhor do post-rock nacional e internacional, e o mais interessante é que muitas delas somaram as influencias estrangeiras à musicalidade brasileira, com resultados improváveis em qualquer outra nação do planeta.

A seguir, você confere aqui no Faixa Título onze bandas em atividade que melhor representam esse espécime raro de valor inegável que é o post-rock brasileiro. É só clicar nas setas abaixo.

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