Psicodelia é a marca registrada de “Gilgamesh”, novo EP do Foba, projeto do músico Giuliano Batista ao lado de Wonder Bettin (Esperanza), Thiago Busse, Yuri Vasselai (Trem Fantasma) e Thiago “Trosso” Jorge (LouDog, Abraskadabras).

As composições, essencialmente roqueiras, bebem em fontes de folk, stoner e psicodelia. “Não há como saber exatamente onde as coisas se misturam”, conta Giuliano. Um exemplo dessa diversidade pode ser encontrado em faixas como “O Gato da Caixa”, que coloca em um caldeirão o gato vivomorto de Shrödinger, o épico sumério de “Gilgamesh”, referências a Castañeda, Jim Morrison e Rimbaud.

As outras duas faixas, “Cão do Inferno”, que faz referência direta ao escritor Bukowski (“Love is a dog from hell”) e “Ficando Velho”, que traz a gravação de uma autópsia em meio a solos de guitarra, completam a tríade sinistra de “Gilgamesh”. Para a banda, o novo EP é como uma viagem desequilibrada, de destino desconhecido. “Ora despretensiosa, ora perturbadora”, dizem os músicos.

Conversamos com Guiliano sobre o lançamento:

TMDQA: O que mudou no processo de criação desse EP para o anterior? Ele parece estar recheado de segredinhos para serem descobertos.

FOBA: Depois de Coroados foi natural querer explorar outras estórias, outros climas. Não fiz nenhum esforço para manter um fio condutor entre um EP e outro, mas, depois de pronto, pude notar que Gilgamesh é uma clara continuação de Coroados. Além disso, o processo de concepção continuou o mesmo – um violão e algo que me faça berrar.

Na hora dos ensaios, tento respeitar esse sentimento e levar a estória até as últimas instâncias. Mas claro, precisa ser divertido. Se estiver sendo legal pra banda acho que tá tudo certo. É nisso que surge bastante coisa. No final da gravação bate até uma saudade. Aí você sabe que fez a coisa certa. Todo esse processo fica impresso na música. Com certeza há bastante coisa a ser descoberta nessas faixas.

TMDQA: O clima e os temas do EP são pesados, mas a sensação é de uma leveza, como se tudo fosse fruto de um sonho. Isso foi proposital?

FOBA: Não sei. Gosto da sensação de acordar de um sonho intenso ao ponto de demorar para distinguir o que é real. É provocador. E às vezes a realidade é ainda mais estranha. Acho que Gilgamesh pode ser uma espécie de sonho acordado.

TMDQA: Como surgiu a banda?

FOBA: No carnaval de 2013 me pareceu uma boa ideia alugar uma casa na praia e chamar uns amigos pra gravar um EP.

TMDQA: Quais são os objetivos após o lançamento?

FOBA: Lançar coisa nova é extremamente libertador. Você já começa a pensar no próximo trabalho.

Mas claro, tem as apresentações, e tem um clipe na manga, sendo finalizado. É uma roadtrip no deserto com garotas, direção perigosa, animais do cerrado e transplantes de cabeça.

TMDQA: Vocês tem mais discos que amigos?

FOBA: Eu só tenho uma pistola, uma vitrola e uma mulher :)

Ouça o EP abaixo:

Foba -Gilgamesh

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