Rodrigo Lemos é um daqueles caras de mil projetos. Desde que surgiu como vocalista da Poléxia, o músico já teve passagens importantes por bandas como Sabonetes, Mordida e A Banda Mais Bonita da Cidade e agora se dedica ao Lemoskine. Após o elogiado primeiro álbum do projeto, ele lançou recentemente seu segundo álbum (Pangea I Palace II) e quer sua ajuda para ver ele em vinil.E para isso ele está se valendo de recompensas bem ousadas. E isso inclui sua própria guitarra.”Pois é. Pra fazer esse projeto rolar, estou disposto a passar adiante essa guitarra que já viu muitos palcos e estúdios mundo afora”, comenta Lemos na descrição da recompensa. Além de seu instrumento, o músico oferece produção de faixas e disco completo no crowdfunding.
Conversamos com ele sobre o crowdfunding e sobre o novo disco dele em um rápido papo por e-mail.
TMDQA: Como surgiu a ideia do crowdfunding? Por que vinil?
Lemoskine: A idéia surgiu por necessidade, pois o novo álbum é – mais uma vez – um lançamento independente no qual investi recurso próprio para a gravação, imagem e finalização. Foi o suficiente para lançar na web; torná-lo público… Mas chega uma hora em que é inevitável se perguntar: “E agora? Qual formato representa melhor isso aqui?”. Aí veio o lance do vinil; uma idéia que joga a favor da arte gráfica, que está muito linda e foi criada pelo estúdio de design Apoc. Para quem não tem como reproduzir o LP, estou propondo outros produtos no crowdfunding. É só acessar e escolher o que lhe for mais interessante.
TMDQA: Você já tinha trabalhado em 7”. Pensa em usar algum outro formato no futuro?
Lemoskine: Acho que, para quem cria, tanto faz o formato final… Contanto que a mensagem seja passada adiante. Sinto que estamos na época do formato “nuvem”…  Num futuro próximo, eu gostaria de brincar com essa idéia de “ausência da presença”, transpondo-a para um show, quem sabe. Um show em que a banda é um holograma, o público também… Tudo é “nuvem”. Pluft!
TMDQA: Esse álbum dá a sensação de um artista chegando na maturidade. Tudo soa mais natural e soa como uma trilha sonora. Foi proposital?
Lemoskine: Foi um processo bem natural mas, ao mesmo tempo, fugiu do meu método costumeiro. Ao contrário do álbum anterior, as letras foram chegando por último. As faixas foram nascendo só com idéias de ritmo… Talvez por isso aconteça essa paisagem sonora, contínua. Tem climas que vão mudando, mas não acho que é um disco tão “plural” em termos de gênero. Sobre maturidade: eu simplesmente não posso afirmar que sou um artista, nem mesmo um ser humano, maduro. Sempre me sinto estreando quando lanço um novo material… Procuro, à minha maneira, viver o universo das canções que crio; numa forma de auto entendimento.
TMDQA: O disco tem easter eggs. Foram citações, homenagens, brincadeiras ou tudo junto?
Lemoskine: Tudo junto. Caí em referências que estão bem próximas, na verdade. A canção “Palmeiras Imperiais” cita “Sem Porquê”, do Esperanza, por exemplo. Eles são parte de mim… Na vida e na música. Foi incrível como esses versos que faltavam na minha música estavam logo ali do lado, na música deles. Outra citação é a melodia de “Assustado”, da Nação Zumbi, na parte final de “Pirão”.

TMDQA: E pra finalizar, o clássico: você tem mais discos que amigos?

Lemoskine: Tenho. Os discos são os amigos que moram comigo… Acordo, vou dormir, e eles estão continuam ali, à espera de uma conversa.

 

https://www.youtube.com/watch?v=kfUYheyfi7s

 

 

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