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(Fotos – Gustavo Xavier e Pedro Margherito)

O Vaca Amarela não é mais um festival predominantemente direcionado para o público do rock. Dentre todos os estilos presentes no evento que aconteceu durante o final de semana de 4 a 6 de setembro, o rock foi mais um dos diversos participantes. Dando valor à multiplicidade cultural do cenário brasileiro, os organizadores extrapolaram mais uma vez as divisões entre gêneros musicais trazendo ao festival o habitual rock, o rap que apresenta cada vez mais força e adeptos no público goiano, o indie, o funk, a psicodelia e até mesmo o dancehall (gênero musical jamaicano influenciado fortemente pelo reggae, que fez o público balançar no mesmo ritmo que vários dançarinos se apresentavam no palco durante o marcante show de Lei Di Dai).

A começar pela escolha dos nomes dos palcos, o festival focou em valorizar a música independente de todo o Brasil. Carlos Brandão e Daniel Belleza foram os homenageados desta edição. Segundo um dos organizadores do evento, João Lucas Ribeiro, Brandão é um dos ícones do rock goiano e grande fomentador da cena local, pois abriu espaço para os festivais em locais como o Martim Cererê, o Goiânia Ouro, Teatro Goiânia e Espaço Sonhus. “Todo mundo que é de banda aqui deve muito à ele, Brandão é um nome unânime na cidade. Acho muito mais bacana fazer uma homenagem em vida para as pessoas do que ficar chorando depois”, explicou João.

Já Daniel Belleza é citado pelo organizador como um embaixador da música independente, sendo um ponto de apoio em São Paulo para bandas independentes de todos os estados. Segundo João: “Nos anos 2000, com a Abrafin, vários festivais pelo Brasil e o boom de bandas independentes, o Daniel era uma das maiores personalidades destes festivais”.

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A expansão do festival para eventos integrados, além da música, foi mais uma vez bem produtiva. Nesta edição aconteceu a volta da Desconferência Vaca Amarela, que não era realizada há dois anos e deu espaço a diversos profissionais para a discussão de temas pertinentes à cultura brasileira.

Em sua sétima edição, as discussões analisaram a cultura atual, dando destaque à circulação de artistas independentes no país e provocando discussões sobre leis de incentivo e redes de cultura. João Lucas explicou o retorno: “Em todos os festivais procuramos fazer coisas que fomentem a cena e sempre observamos o que é necessário no momento. Durante algum tempo achamos que os papos da Desconferência estavam meio saturados, tivemos um momento difícil no Ministério da Cultura e nas secretarias que estavam estagnadas. Foi um momento de pouco diálogo e pouca articulação com outros festivais. Agora, com o novo ministro da cultura , o Juca, e a Rede Música Brasil mais forte, essa conexão está novamente acontecendo e vimos uma necessidade de trazer de volta este debate.”

Confira nas próximas páginas um breve resumo do que rolou em cada dia do evento.

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