Ouvir um álbum que se inicia como uma espécie de convite para uma aventura épica abre qualquer apetite musical. Para fãs de grandes aventuras como as escritas por Tolkien, os primeiros minutos de “Children Of The Night” soam como o primeiro passo para fora de casa em busca de aventura.

Tribulation é um nome promissor. Uma banda que chega a seu terceiro álbum e assina com a Century Media ao mesmo tempo em que consegue se encontrar em seu estilo único depois de dois álbuns que aparentemente significavam sua incessante busca. Seguindo o caminho trilhado por grandes nomes atuais como Ghost B.C., Tribulation adiciona elementos de Thrash Metal, muitos riffs de Raw Black Metal em uma atmosfera setentista que ainda apresenta nostalgia e sangue Rock ‘n’ Roll. Parece impossível imaginar que alguém consiga colocar em uma só música de forma homogênea influências de Mayhem e Led Zeppelin. Mas os suecos conseguem fazer isso de forma perfeita.

O primeiro clipe do álbum, da música “Strange Gateways Beckon”, mostra a banda tocando em um cenário que parece um velho castelo, cenas muito bonitas e muito simples. Com uma temática que remete a filmes antigos, a banda bebe toda a sua água na estética de Louis Feuillade, diretor da série “Les Vampires” de 1915. A própria capa de Children Of The Night é uma cena retirada dessa série e a dança da vampira ao fim do clipe é uma citação direta ao trecho do vídeo que pode ser conferido logo abaixo:

https://youtu.be/KbROX9gOCyc

Conceitualmente e esteticamente amarrados, todo o bom gosto de timbres ainda é um detalhe a somar sobre o álbum. Dedilhados seguem duelando com riffs secos e solos melódicos que fazem qualquer um ficar cantarolando o dia todo. Uma bateria com timbres vintage é seguida de distorções de guitarra obtidas não por modernos pedais, mas por amplificadores valvulados, da forma mais orgânica possível. Tudo isso temperado com o carisma vocal de Johannes Andersson com sua voz rasgada.

O álbum abre com o single usado no clipe. “Strange Gateways Beckon” foi realmente uma forma magnífica de iniciar os trabalhos. Com uma levada de velocidade mediana, a banda se encontra ainda com uma sonoridade extremamente gótica sem no entanto soar datada.

“Melancholia” acelera um pouco a levada, mas a atmosfera se mantém. Aqui há algumas partes que me remetem ao ótimo Raikaos, álbum derradeiro do Dissection. “In The Dreams Of The Dead” talvez deva ser escolhida como próximo single. A música abre com um dedilhado que desemboca em um poderoso riff e é impossível não se contagiar.

O álbum apresenta ainda outras grandes promessas musicais com “The Motherhood Of God”, um clássico instantâneo e termina de com a magistral “Music From The Other”, com pouco mais de 07 minutos de duração e uma atmosfera completamente caótica em uma levada Doom Metal.

Um álbum mais do que indicado, com certeza uma das surpresas já lançadas esse ano.

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