14 de Setembro
The Menzingers
O Domingo ensolarado em Chicago começou cedo e o The Menzingers subiu ao palco às 11:45, horário bastante ingrato para qualquer banda.
Acontece que o grupo da Filadélfia tem uma base de fãs bastante consolidada, disco novo na praça e uma multidão se aglomerou nos portões, esperando para entrar no Humboldt Park, e depois em frente ao palco para vê-los.
Com horário de principiante e show de banda experiente, o grupo agradou bastante quem chegou mais cedo à festa e os fãs mais eufóricos, que eram muitos, cantaram todas as músicas do início ao fim.
Billy Bragg
O lendário músico britânico Billy Bragg subiu ao palco acompanhado de nada mais do que sua guitarra.
Fez um show realmente solo e logo no começo do set mandou ver em “To Have And To Have Not”, som que foi regravado pela banda Lars Frederiksen And The Bastards (Rancid) e se popularizou no punk por conta disso.
A tática funcionou e muita gente cantou junto.
Durante o resto do show, Bragg conversou bastante com a plateia sobre as mais variadas questões, principalmente aquelas ligadas ao poder do povo e dos trabalhadores.
Quando avistou bandeiras da Escócia com a palavra “Yes” sendo empunhadas por pessoas à frente do palco, falou por um bom tempo a respeito do referendo organizado pelo país para decidir se tornaria-se um país independente ou continuaria fazendo parte do Reino Unido. Apoiando o “sim” para tornar-se independente, Bragg falou que o movimento era uma resposta ao modo como o povo escocês era tratado pelo governo e as grandes corporações.
Na sequência veio “A Pict Song” e sua explicação, dizendo que era uma canção sobre os “Picts”, povo celta que viveu na Escócia durante a Idade de Ferro britânica e que acredita-se ter recebido esse nome por conta de figuras que tinham pelo corpo.
Bragg traçou um paralelo com os milhares de roqueiros tatuados que estavam ali e voltou a empunhar sua guitarra.
- The World Turned Upside Down (Leon Rosselson)
- To Have and to Have Not
- All You Fascists (Woody Guthrie)
- A Pict Song
- Levi Stubbs’ Tears
- Accident Waiting to Happen
- The Milkman of Human Kindness
- There Is Power in a Union
- A New England
Superchunk
O Superchunk existe desde 1989, mas ao ver a banda ao vivo pela primeira vez, dificilmente você irá dizer que estão ali músicos com 25 anos de carreira, a não ser pela camisa social do vocalista.
Apesar do traje, Mac McCaughan de quase 50 anos pula e corre por todo o palco durante o show inteiro, como um jovem de 17, o que definitivamente fez com que o público ficasse mais empolgado com o show.
Sem Laura Ballance, que não tem excursionado com a banda devido a problemas de audição, o grupo tocou 11 músicas e dividiu o set de maneira extremamente democrática entre seus discos, com duas músicas de Foolish, I Hate Music, Majesty Shredding, No Pocky For Kitty e On The Mouth e uma de Superchunk.
- Cast Iron
- Digging for Something
- FOH
- Punch Me Harder
- Learned to Surf
- Driveway to Driveway
- The First Part
- New Low
- Me & You & Jackie Mittoo
- Slack Motherfucker
- Precision Auto
Lucero
O Lucero mistura música country com rock’n’roll em uma maneira parecida como faz o Social Distortion, mas priorizando as baladas sobre álcool e amor, o que pôde ser sentido desde o primeiro acorde do show no Riot Fest.
Os brutos e grandalhões músicos da banda contrastavam com o belo fim de tarde e as também belas canções que tocavam, mas a plateia parecia não se empolgar muito, já que esse é o tipo de show que você deve apreciar e, muito dificilmente, irá pular e dançar.
O vocalista Ben Nichols brincou dizendo que era cedo demais (16:20) e que nesse horário, em dias normais, ele estaria acordando.
Apesar disso, ele demonstrou o poder de seu vozeirão e cantou as 12 músicas do set de forma impecável, criando uma atmosfera única.
Durante uma das canções uma briga na plateia parece ter acontecido e causado uma interrupção na performance de “Summer Song”, que acabou sendo tocada em versão maior.
- That Much Further West
- Downtown (Intro)
- On My Way Downtown
- Nights Like These
- Better Than This
- Bikeriders
- Summer Song
- What Else Would You Have Me Be?
- Slow Dancing
- Texas & Tennessee
- My Best Girl
- Fistful of Tears
Mudhoney
Sem dúvida alguma o show do Mudhoney foi o mais alto e barulhento de todos aqueles do Riot Fest.
Tão barulhento que os fotógrafos, que podem ficar no pit durante as três primeiras músicas, clicaram algumas imagens e saíram antes mesmo do fim da execução da primeira, tão altas estavam as guitarras.
Se incomodou quem estava mais perto do palco, o show foi um verdadeiro banquete para fãs do grunge e do punk dos anos 80 e 90, cuja sobremesa foi uma cover de “Fix Me”, do Black Flag, para fechar o set.
- In ‘N’ Out of Grace
- I Like It Small
- You Got It
- F.D.K. (Fearless Doctor Killers)
- Broken Hands
- Flat Out Fucked
- Judgement, Rage, Retribution and Thyme
- Touch Me I’m Sick
- What to Do With the Neutral
- I’m Now
- The Final Course
- Chardonnay
- The Only Son of the Widow from Nain
- Fix Me (Black Flag)
Social Distortion
Com um dos panos de fundo mais bonitos de todos os palcos do festival completo, o Social Distortion começou seu show pontualmente às 18:45 com “Through These Eyes”.
Pessoas corriam de todos os cantos para chegar perto do palco e apesar de ser um dos shows mais concorridos do dia, poucos cantavam as canções com Mike Ness; o que se via era um clima de respeito e apreciação pela banda que tem 36 anos de estrada.
Clássicos como “Story Of My Life” e “Don’t Drag Me Down” não ficaram de fora e a banda também mesclou sons mais antigos como “Another State Of Mind” em seu set.
Ao final, a tradicional e regravada pela banda cover de “Ring Of Fire”, imortalizada por Johnny Cash, encerrou a performance.
- Through These Eyes
- Don’t Drag Me Down
- Crown of Thorns
- Gimme the Sweet and Lowdown
- The Creeps (I Just Wanna Give You)
- Another State of Mind
- Cold Feelings
- Machine Gun Blues
- Ball and Chain
- Gotta Know the Rules
- Misery Loves Company (Mike Ness)
- Story of My Life
- Ring of Fire (June Carter / Johnny Cash)
New Found Glory
O New Found Glory está passando por um novo momento, como quarteto, e irá lançar agora em Outubro o primeiro disco com a nova formação.
No palco, os integrantes da banda mostraram que a turbulência já passou e fizeram um show divertidíssimo e nostálgico para aqueles que cresceram ouvindo pop-punk no final dos anos 90 e começo dos anos 2000.
“All Downhill From Here” abriu os trabalhos com o backing vocal vindo da plateia e a banda passou pela sua discografia completo, com direito até a “Hold My Hand”, do mais conceitual e menos cheio de energia Coming Home.
Quem mais falava entre as músicas não era o vocalista Jordan Pundik, mas sim o guitarrista Chad Gilbert, que mesmo tendo que acumular as funções desde que o segundo guitarrista Steve Klein deixou a banda, não parou de interagir com o público pedindo gritos, coros e palmas, e também se movimentava bastante no palco.
Escondida atrás de alguns amplificadores, inclusive, estava a sua namorada Hayley Williams (Paramore) assistindo ao show.
Ao tocar músicas novas, Gilbert fez uma grande pausa para falar sobre como o grupo surgiu na Flórida pura e simplesmente porque seus integrantes não tinham o que fazer o dia inteiro e queriam se divertir. Décadas depois, eles se sentem honrados de estarem tocando profissionalmente e citaram o momento difícil pelo qual passaram no último ano, “o fundo do poço.”
Chad completou dizendo que não importa o quanto as coisas estejam ruins, é preciso levantar, seguir em frente e erguer a cabeça, para trabalhar e melhorar o que não estiver de acordo. Segundo ele, o novo disco Resurrection é exatamente sobre isso.
Para contextualizar, Steve Klein deixou a banda em 2013 após acusações de pedofilia.
Ao final do show veio a clássica e favorita dos fãs, “My Friends Over You”, e a plateia explodiu com a banda. Showzão.
- All Downhill from Here
- Understatement
- Don’t Let Her Pull You Down
- Hold My Hand
- Better Off Dead
- Something I Call Personality
- Listen to Your Friends
- Anthem for the Unwanted
- Sincerely Me
- Failure’s Not Flattering
- It’s Been a Summer
- Dressed to Kill
- Selfless
- Hit or Miss
- Truth of My Youth
- The Story So Far
- My Friends Over You
Weezer
O Riot Fest chegava ao fim e com ele um dilema gigantesco, já que ao mesmo tempo tocavam The Cure e Weezer.
Como o Weezer tocaria seu primeiro disco, homônimo e conhecido como Blue Album, na íntegra, optamos pelo show de Rivers Cuomo e companhia.
E para a nossa surpresa, ele começou bem longe do início da carreira do grupo, mais precisamente com “Back To The Shack”, do novo disco Everything Will Be Alright In The End.
Aqui é importante mencionar que era basicamente impossível chegar a qualquer lugar próximo do palco para ver a performance. Nossa fotógrafa precisou ser praticamente abduzida pela equipe de segurança para dentro do pit para poder tirar as fotos da banda e o local estava completamente lotado.
Parecia que o festival inteiro estava ali, e esse foi um erro da organização, que poderia ter colocado o show da banda no Rock Stage onde o New Found Glory havia acabado de tocar. Além de mais “retirado” e o único que não dividia espaço com outros palcos, havia um morro a uma distância razoável dele, que permitiria a visualização como uma espécie de arquibancada (saudades SWU 2010).
A nova música veio acompanhada de uma viagem musical onde Rivers anunciava o ano e o disco e tocava hits da carreira como “Beverly Hills”, “Island In The Sun”, “Hash Pipe”, “Pork And Beans” e “El Scorcho”, antes que o Blue Album fosse executado.
Após “El Scorcho”, a banda saiu do palco, um bandeirão com a capa do disco homônimo foi estendido e “My Name Is Jonas” veio para levar o local à loucura, pelo menos para os fãs.
Aquele povo todo que se aglomerou e foi citado logo acima,era mais curioso do que qualquer coisa, e uma boa parcela da multidão deixou o local após “Buddy Holly”, o que se repetiu depois de “Say It Ain’t So”.
O disco foi executado na íntegra e os fãs tiveram a chance de ouvir canções que raramente são tocadas ao vivo, como “Only In Dreams”.
- Back to the Shack
- Pork and Beans
- Perfect Situation
- Beverly Hills
- Island in the Sun
- Hash Pipe
- El Scorcho
- My Name Is Jonas
- No One Else
- The World Has Turned and Left Me Here
- Buddy Holly
- Undone – The Sweater Song
- Surf Wax America
- Say It Ain’t So
- In the Garage
- Holiday
- Only in Dreams
OUÇA AGORA MESMO A PLAYLIST TMDQA! ALTERNATIVO
Clássicos, lançamentos, Indie, Punk, Metal e muito mais: ouça agora mesmo a Playlist TMDQA! Alternativo e siga o TMDQA! no Spotify!