12 de Setembro
O festival começou no dia 12 de Setembro com uma chuva leve a moderada mas persistente, o que fez com que o parque se assemelhasse muito às clássicas cenas de festivais como o Woodstock, com lama por todo lado.
Sem dar uma trégua que durasse mais do que cinco minutos, a chuva seria grande responsável pela consequente falta de mobilidade no parque por causa da lama e por espaços que acabariam inutilizados nos outros dois dias de Riot Fest.
Apesar disso, o primeiro dia foi marcado por grandes shows e bandas lendárias tocando alguns de seus discos mais influentes na íntegra.
ALL
O ALL foi formado quando o vocalista do Descendents, Milo, resolveu trocar a música pelos estudos. Dali para a frente 3/4 da banda alternaram vocalistas e lançaram diversos discos bastante influentes de punk rock, como foi possível ver no festival.
A banda priorizou os discos Mass Nerder (1998) e Allroy’s Revenge (1989) e o que foi possível ver na plateia foi o respeito por um grupo que faz música desde 1987 até hoje em dia.
Só não empolgou porque o show foi bastante cedo e no palco mais afastado da entrada principal, o que fez com que muita gente não chegasse a tempo.
Para se ter uma ideia, eram necessários 20 minutos para ir da entrada até o local.
- Fairweather Friend
- Crazy?
- Miranda
- Fool
- Original Me
- Mary
- World’s on Heroin
- Breakin’ Up
- Refrain
- Copping Z
- Until I Say So
- Scary Sad
- Life on the Road
- Carnage
- Carry You
Stiff Little Fingers
Respeito também foi visto quando a banda irlandesa Stiff Little Fingers subiu ao palco e abriu, logo de cara, com o hino “Suspect Device”, aquele som que influenciou Renato Russo.
Além da cover de “Doesn’t Make It Alright”, do The Specials, o show de oito músicas ainda encerrou com “Tin Soldiers” e “Alternative Ulster”, que o grupo brasileiro Holly TREE já regravou.
Do começo ao fim, foi uma verdadeira aula de história quando o assunto é punk rock.
- Suspect Device
- Wasted Life
- At The Edge
- Doesn’t Make It Alright (The Specials)
- When We Were Young
- Nobody’s Hero
- Tin Soldiers
- Alternative Ulster
NOFX
Uma das 10 bandas contratadas para apresentarem um disco clássico no Riot Fest era o NOFX, com Punk In Drublic, e eles não apenas o fizeram como surpreenderam os fãs que ganharam um presente melhor que a encomenda.
Desde que o vocalista Fat Mike começou a beber alguns litros de álcool antes e durante os shows do grupo, as piadas e os espaços entre as músicas da banda só aumentaram, e no Riot Fest não foi diferente.
Logo que subiu ao palco, o baixista falou que a banda Failure, cujo último acorde no palco próximo decretava o começo do show do NOFX, era uma porcaria. E que o nome dela, “fracasso”, caía como uma luva para definir o grupo.
A partir daí vieram piadas e mais piadas, além de insultos a outros grupos, como o Offspring:
“‘Eu a aceitei novamente e fiz uma sobremesa’? Que tipo de letra é essa? Quantos minutos ele levou para escrever isso? E será que teve que pegar o dicionário?”, brincou Mike quando falou sobre a letra de “Self Esteem”, um dos maiores clássicos do Offspring.
Um dos guitarristas da banda, El Hefe, também estava afiado. Latino, viu uma bandeira do México ser exibida na plateia e soltou:
Eu já vi a bandeira do México, pode abaixar. Eu sei, você é mexicano, viva!
Fat Mike completou:
É, abaixe essa bandeira e volte a trabalhar!
Musicalmente, o NOFX tocou Punk In Drublic na íntegra e apesar de fazê-lo em ordem diferente do disco original, colocou um montão de trintões pra quase chorar ali, já que o disco de 1994 foi a porta de entrada para o rock alternativo de muita gente.
Ao final do set, veio a curtíssima “I Wannabe An Alcoholic” e de mais falação, para de repente o grupo começar a tocar outro disco na íntegra, The Decline de 1999 tem 18 minutos de duração e é considerada uma pérola entre fãs da banda, por isso a surpresa enorme quando os primeiros acordes começaram.
Extasiados, fãs pularam, gritaram e cantaram, mas infelizmente perderam os 2 ou 3 minutos finais da música, já que o microfone de Fat Mike foi desligado e ele foi avisado de que a banda deveria acabar com a música, já que estourava o horário.
El Hefe brincou dizendo que achava que “no punk não havia regras,” mas acabava ali o show da banda, uma volta ao passado e praticamente um show de stand up comedy também.
- Perfect Government (Mark Curry)
- Scavenger Type
- Leave It Alone
- Dig
- The Cause
- Lori Meyers
- My Heart Is Yearning
- The Brews
- The Quass
- Dying Degree
- Fleas
- Linoleum
- Jeff Wears Birkenstocks
- Punk Guy
- Reeko
- Don’t Call Me White
- I Wanna Be an Alcoholic
- The Decline
Gogol Bordello
O NOFX estava comendo um pedaço do show do Gogol Bordello e fez brincadeira (mais uma vez) com o nome da banda, dizendo que era Google Bordello, e que por isso a banda era tão poderosa, já que era do Google.
Com uma chuva fininha e mais chata do que nunca, já que a noite começava a cair, o show do Gogol Bordello caiu como uma luva, pois trouxe o clima de festa ao Riot Fest.
Todos os presentes no local dançavam e pulavam com as músicas da banda que mistura sons ciganos com punk rock, muitos porque eram fãs da bandas e outros tantos porque precisavam de algo para driblar o frio e a chuva.
Foi uma celebração da música como praticamente são todos os shows da carreira do Gogol Bordello.
The Offspring
A banda não permitiu fotos.
Praticamente no mesmo horário, e obviamente em palcos distintos, tocavam The Offspring, Slayer, Jane’s Addiction e Rise Against, e ficou difícil acompanhar tantos bons shows ao mesmo tempo.
O Slayer tocaria o clássico Reign In Blood na íntegra e a banda de Perry Farrell, também era uma das 10 que mandaria um álbum completo, por sua vez com Nothing’s Shocking.
Ficamos com o Offspring e seu Smash, e a banda que tornou-se um dos maiores nomes do rock no mundo todo mostrou que sabe com habilidade voltar às origens no underground e fazer um show cheio de energia.
Discão clássico do retorno do punk nos anos 90, Smash conta com sons como “Gotta Get Away”, “Self Esteem” e “Come Out And Play”, o que facilita sua performance na íntegra já que a interação dos fãs é praticamente ininterrupta.
Ao final, a banda saiu do palco e voltou para tocar hits de outras fases da carreira como “All I Want”, “Pretty Fly” e “The Kids Aren’t Alright”.
Clichê à parte, o show debaixo de chuva serviu para lavar a alma.
- Nitro (Youth Energy)
- Bad Habit
- Gotta Get Away
- Genocide
- Something to Believe In
- Come Out and Play
- It’ll Be a Long Time
- Killboy Powerhead (Didjits)
- What Happened to You?
- So Alone
- Not the One
- Smash
- Self Esteem
- Intermission
- All I Want
- You’re Gonna Go Far, Kid
- Why Don’t You Get a Job?
- Pretty Fly (For a White Guy)
- The Kids Aren’t Alright
OUÇA AGORA MESMO A PLAYLIST TMDQA! ALTERNATIVO
Clássicos, lançamentos, Indie, Punk, Metal e muito mais: ouça agora mesmo a Playlist TMDQA! Alternativo e siga o TMDQA! no Spotify!