Kimbra

Há um ano falamos com Kimbra, uma simpática menina neozelandeza que parecia um tanto tímida pela sua voz. Ela tinha ganhado notoriedade e um Grammy pela sua participação no massivo hit “Somebody I Used to Know”, do Gotye. Seu disco de estreia era uma pérola pop criativa e deliciosa e ela se apresentaria dias depois no Rock in Rio, ao lado do Olodum.

Muito mudou em um ano. O show dela no Brasil surpreendeu muita gente e foi um dos melhores do festival. Muito mais confiante na sua voz, ela fez o álbum experimental e maduro “The Golden Echo”, um dos melhores lançamentos do ano. Essas mudanças foram o foco de mais um papo agradável com a cantora. Confira abaixo!

TMDQA: Olá, Kimbra! Antes de mais nada, parabéns pelo disco!

Kimbra: Own, obrigado!

TMDQA: Nós conversamos um ano atrás, um pouco antes da sua vinda ao Brasil e do seu show incrível. Como foi a sua passagem por aqui? Curtiu?

Kimbra: MUITO! Pra ser muito sincera, penso um pouco todos os dias em como foi legal passar por aí. Tenho lembranças incríveis. Foi uma experiência ótima. Aquela performance foi muito forte pra mim. A percussão (do Olodum) teve um peso quase espiritual. Sinto como se esse espírito da cultura brasileira tivesse ficado em mim.

TMDQA: Na nossa última conversa, você disse que o seu próximo álbum seria diferente, que traria convidados e seria mais agressivo. Como você descreve “The Golden Echo” hoje?

Kimbra: Como uma jornada. Ele realmente começa em um ponto e vai para outro. Ao mesmo tempo que pode ser explosivo, pode ser  suave. Hoje não diria que ele é agressivo, mas um pouco mais pesado do que talvez as pessoas esperavam. Pensamos em incluir forte uma batida, algo quase de hip hop. Aliás, voltando na pergunta anterior, nisso o Brasil influenciou muito no trabalho. Transformamos muito as canções para incluir uma percussão mais forte depois do show no Rock in Rio.

TMDQA: E você convidou muitos artistas. E todos com um processo muito diferente do outro, de Omar Rodriguez-López ao John Legend. Como foi trabalhar com eles?

Kimbra: Foi muito divertido e atingiu exatamente o resultado que queria. O mais curioso é que eles têm algo em comum. O Omar traz uma desconstrução, uma imaginação incrível. O Mars Volta tem esse impacto em mim. Ele é meu guitarrista favorito! (risos) Tem muita alma na música dele, sou apaixonada mesmo.

Todos os músicos fizeram como Omar, trouxeram algo que mudou a paisagem das canções. Foi bem empolgante pois dava pra sentir as canções mudando de forma e ganhando uma nova vida.

TMDQA: O álbum vai de “90’s Music”, com batidas fortes de hip hop, até temas que poderiam muito bem ser gravados pelo Prince. Foi uma preocupação situar o disco longe de gêneros ou estilo de um tempo?

Kimbra: Antes de tudo, muito obrigado mesmo pela comparação com o Prince! (risos) Pensamos mais no clima das músicas, em criar pelo clima que elas pediam. Por isso ficou bem plural. “Madhouse”, por exemplo, para ambientar essa sensação de uma loucura que te prende, pensamos em criar algo tipo Wall of Sound, bem ali do começo dos anos 80 e misturar com um pouco de Prince e MJ.

Mas essas referências vieram da energia das músicas, não tem escapatória, você sempre vai ser influenciado por outros criadores.

TMDQA: Nosso site se chama Tenho Mais Discos que Amigos. Bem, Kimbra, você tem mais discos que amigos?

Kimbra: (risos) Tenho, tenho sim! (risos) Na verdade, vou ter bem mais. Comecei a colecionar discos! O “The Golden Echo” chegou em vinil por aí?

TMDQA: Eu vi numa loja! A arte ficou linda!

Kimbra: Ficou lindo, né? Esses dias estava andando na rua e vi na vitrine de uma loja. Fiquei um tempinho babando na vitrine. (risos)

TMDQA: Pra fechar, shows por aqui estão nos planos?

Kimbra: Estão! Queremos muito voltar com show solo no ano que vem!

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