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Com doze anos de estrada, um EP, um CD, dois videoclipes e mais de 100 mil acessos no YouTube na bagagem, a banda Gonorants lançou em Julho seu segundo álbum. Intitulado Favela do Boi Só o disco é lotado de participações especiais (Digão e Marquim dos Raimundos, Rodrigo Lima do Dead Fish, Frango Kaos do Galinha Preta, entre outros), tem 19 músicas inéditas e aborda variados temas que vão da clássica temática alienígena da banda a reflexões acerca do cotidiano e a sociedade, sempre com a intenção de acrescentar uma (boa) pitada de humor.

A banda tem um estilo musical próprio, juntando comédia e rock e diz ser inspirada pelas mais variadas influências. Para você ter ideia, aqui vão alguns dos exemplos: Raimundos, Ultraje a Rigor, Dead Fish, É o Tchan, Mamonas Assassinas, The Offspring, Chaves, “piadas sem graça”, “conversas de bêbados” e muitas outras inspirações sem sentido. Com esse conjunto peculiar de características, eles conseguiram o título de “banda mais nonsense de Brasília” em um jornal local.

Em seu novo disco, as músicas que mais têm cara de “hit” são “Uma Linda ET de Varginha“, “Bêbado no Quarto“, “Solenidade“, “ET Bilú Barbarizando No Forró” e “Chavinho“. A primeira conta com a participação de Digão e Marquim do Raimundos e inclusive lembra bastante a pegada das músicas mais antigas de tal grupo, com batidas bem rápidas e letras cantadas de forma mais pausada (quase silábica) se baseando na temática alienígena da banda. Já a segunda, “Bêbado no quarto” tem como refrão uma fala de Jeremias, aquele que disse nesse vídeo (que se tornou viral há um tempo atrás) que se pudesse matava mil, até o delegado, se ele fosse abusivo (!). Durante a faixa tem até um sampler do próprio vídeo e é fácil ficar com o refrão surreal grudado na cabeça.

“Solenidade” é uma música sobre “moças que você conhece em festas” e que, segundo o vocalista, “ficaria feliz se voltassem para a água fria, piranhas malditas.” Seguindo o mesmo ritmo de peso nos instrumentos e letra mais pausada, a música é mais ou menos no mesmo estilo da linda homenagem à outra moça comentada ali atrás, a ET de Varginha.

Falando de ET’s mais uma vez, o quarto destaque ( “ET Bilú Barbarizando No Forró”) é sobre um alienígena de nome fresco e conta com bateria e baixo bem pesados durante toda a música. Por último, mas não menos importante, em “Chavinho” temos uma música em homenagem à própria banda, onde nem Chaves/Chapolin podem ajudar a salvar a mundo de sua abdução musical. Brincando com samples mais uma vez, dessa vez a participação especial é do próprio Chaves, com a frase “já chegou o disco voador”.

Faixas quase inexistentes também estão presentes no álbum. A faixa “152” tem apenas 45 segundos e, quando você pensa que vai acabar a introdução pesada e vai começar realmente a música, o vocalista solta uma única frase: “peguei o 152, o resto eu conto depois” e a faixa acaba. “Amor de Pica” não precisa de muitas explicações com um título como esse e conta com apenas 40 segundo de música. “Mil Coisas Que Acontecem Ao Mesmo Tempo Em Minha Triste Vida” bate o recorde de “semnoçãozisse” (neologismo criado especialmente para poder explicar a situação), pois percebemos realmente quantas coisas acontecem na vida do coitado: com menos de 10 segundos de duração, durante a faixa ouvimos nada mais do que um barulho aleatório.

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No disco ainda temos outras músicas que merecem destaque como: “Cara Ai (Ah, Para Ôh!)” que tem como início um solo de baixo bem pesado e um trocadilho mais do que evidente durante a música cujo tema são os infortúnios do dia a dia, “Free Willy da Bahia” que conta a história de alguém que daria um ótimo par para a Gordelícia do Raimundos e “Pé Inchado” que com bateria e guitarra bem marcadas durante toda a música conta a história sobre um vício por bebidas e biotônico (?) com um ritmo bem contagiante. E ainda tem duas outras participações especiais nas faixas “Briga de Carroceiro” – com Rodrigo Lima do Dead Fish (que imagino que seja um momento óbvio das apresentações ao vivo para rolar uma roda de HC) e “Chupa Cabra” – com participação especial de Frango Kaos do Galinha preta, onde cantam sobre uma criatura maléfica com direito a microfonia e um solo pesado de guitarra por volta dos 2:30, e é uma das faixas mais pesadas do disco, pedrada!

Além do hardcore pesado, a banda traz no disco faixas que misturam outros gêneros também como: “Me Dê Dinheiro” com participação de Beatriz Águida e Fabrício Paçola – que tem uma pegada meio country (a voz delicada da moça faz a música até parecer fofinha, mas se você prestar atenção na letra eles estão cantando sobre esferas do dragão [Vai Goku!] ), “Te Cutuco” que começa com um ritmo inclinado par ao xote nordestino, “Troquei as Putas num Gurgel” que é um samba e “A Vida e A Merda“, uma música romântica, sobre merda (sim, merda) e sucesso de subcelebridades.

As outras duas faixas que sobraram, “Fanfarrão” e “Jogos de Verão” soam muito parecidas com outras músicas do álbum. Não são ruins mas não chegam a se destacar entre todos os sons.

Resumindo: Se você está interessado em um som pesado e com humor em total evidência, Gonorants é uma boa pedida. É um mix de Mamonas Assassinas com Raimundos, e dentro dessa proposta a banda acerta na maioria dos momentos do álbum.

Nota: 8/10

https://soundcloud.com/gonorants/sets/favela-do-boi-so

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