leo-cavalcanti-despertador

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Sabe aquele disco pra você ouvir logo quando você acorda? É estranho dizer isso, mas sim, ele existe.

Despertador, mais recente trabalho do músico Leo Cavalcanti tem toda essa pegada de raio de sol na janela, de música pra acordar. Não importa se o clima é acordar depois de uma longa noite de sono, de um longo período de dor, de uma longa ausência de ânimo, de uma realidade que não te pertence: “Levante! / Sentindo os pés no chão/ Seguindo adiante / Tecendo a união /E com a mente livre da ilusão /Do sofredor/ Todos vão sentir a força superior/ Do despertado”.

O clima pop das letras e a força desse despertar está em todas as músicas do trabalho, um total de 10, todas compostas por Leo. A estética do “levantar”, de estar pronto, de superar e ir pra frente é a que conecta cada uma das canções. “Só Digo Sim”, se conecta à “Despertador”, quando o cantor declara que não tem mais porque evitar o amor “E já não durmo mais quando toca o despertador”. 

A continuidade que “Leve” propõe reforça a temática de libertação do disco, deixando que se leve embora tudo o que ajude a esquecer, para que o que fique seja a leveza do que é bom, do que merece ficar. O resto, “Leve, leve, leve, leve, me deixe aqui”. 

A mensagem das canções, a partir dessa metade do trabalho, começa a ficar cada vez mais otimista. “Inversão do Mal” transforma tudo o que é negativo, enquanto “O Momento” te convida a acreditar em si como um “deus”, já que o momento certo é aquele que é feito para você brilhar. “Get a Heart”, primeira e única em inglês de todo o trabalho, é uma explosão de otimismo que, por mais contraditório que pareça, tem sua continuação encaixada em “Tudo tem Seu Lugar”, faixa mais melodiosa do disco, no sentido de explorar uma sonoridade por assim dizer, “mais triste”.

Para finalizar “Sua Decisão”, prega a força que cada um tem de acreditar em si mesmo com um coro pra lá de especial, formado por gente como Tulipa Ruiz, Dani Black, Gustavo Galo, Tim Bernardes, Tatá Aeroplano, Juliana Perdigão e Pélico, entre outros, e “Amoral” tem um quê de responsabilidade, quando mostra que a dor de cada um pode ser muito menor do que a de quem está ao lado e nos convida a observar sim esse outro espaço, para entender nossas dores e nos compadecer das alheias.

O título adotado pelo autor para sua obra “pop-integaláctico” faz sentido em meio as melodias carregadas de psicodelia em cada uma das 10 faixas. A capa e toda a arte do álbum, além de suas letras carregadas de espiritualidade, complementam essa percepção do cosmos, do desconhecido. O que fica é a imposição: “Levante, que agora o coração é o novo comandante”. Colocar o Despertador para tocar nunca mais vai ter o mesmo significado depois desse disco.

Nota: 6/10

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