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Foto e texto por William Galvão

As garotas do Savages se apresentaram no Palco Interlagos no segundo e último dia da terceira edição do Lollapalooza Brasil debaixo de sol escaldante e  fizeram um baita espetáculo como prova de que o pós-punk continua (re)vivendo e vai muito bem, apesar do pouco número de bandas que ainda o fazem.

O quarteto londrino infelizmente acabou perdendo público para o Vampire Weekend, que tocava no mesmo horário no Palco Skol. Uma grande pena não só para o Savages, mas também para o público, que não teve a oportunidade de conhecer uma banda de som tão bem elaborado.

A vocalista Jehnny Beth e companhia tocaram com base em seu primeiro disco de estúdio, Silence Yourself, lançado no ano passado como parte do chamado pós-punk revival, mas com pitadas de feminismo, vocais dinâmicos, autenticidade e muita distorção.

As garotas abriram o espetáculo com a explosiva “I Am Here”, um dos primeiros singles do disco, música que arrancou pulos dos mais atentos. A impressão era a de que poucos presentes queriam realmente assistir ao show, boa parte já esperava pelo AFI e alguns até pelo Jake Bugg.

O que chamou a atenção no show do Savages foi a ilusão de que as garotas não têm presença de palco. Quem presta atenção entende que é justamente o contrário e que a interação está nos detalhes.  Toda de preto e de saltos rosa pink, a francesa Jehnny compensa com olhares e dancinhas um tanto quanto inspiradas em Ian Curtis, ícone do pós punk dos anos 80, líder do Joy Division. Outra que chama a atenção é a baixista Ayse Hassan, que tocava com uma vontade presente em poucos e arrancava elogios dos presentes.

“City’s Full” tirou a plateia do chão com o refrão bastante inspirado, vocais e guitarras igualmente distorcidos. Apesar de não ser o tipo ideal de banda para festival, o Savages conseguiu segurar bem a plateia, ora com momentos explosivos, ora mais amenos. Mas, de fato, a sonoridade da banda seria muito melhor aproveitada em um espaço fechado.

“Esta é uma canção sobre prazer”, disse Jennhy em “português” antes do single “She Will”, uma das mais aplaudidas. Entre as músicas que mais se destacaram estão “Husbands”, cantada por poucos fãs ao pé da letra; e a última, “Fuckers”, que teve um breve discurso feminista da vocalista, numa espécie de português. “Essa é nossa ultima música, ‘fuckers’. Filhos da puta”, disse Jehnny, se traduzindo. “Então, meninas, não deixem os filhos da puta te derrubarem”.

Setlist

  1. I am here
  2. Flying to Berlin
  3. Shut up
  4. City’s full
  5. I need something new
  6. Strife
  7. She will
  8. No face
  9. Husbands
  10. Hit me
  11. Fuckers

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