Setlist do Red Hot Chili Peppers em São Paulo

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Há (quase exatos) quatorze anos eu comprei meu primeiro disco do Red Hot Chili Peppers. Naquele tempo eu ainda descobria o que era música, como era a música e não tinha ideia que ela, a música, representaria boa parte do meu trabalho e da minha vida. Por que você precisa saber disso? Porque desde 1999, o Red Hot Chili Peppers virou uma referência do que é uma banda pra mim, de como é, ou deveria ser, uma banda. E eu também não tinha ideia da importância que a banda ainda teria na minha vida depois de tanto tempo.

Sendo assim, você já deve ter percebido que talvez eu não seja a pessoa mais objetiva da equipe do TMDQA! para descrever um show do Red Hot Chili Peppers. Mas confesso que fui ao show com a intenção de, pelos menos tentar, manter uma certa objetividade jornalística.

Quem foi à Arena Anhembi nessa quinta-feira (7) precisava ter duas coisas em mente para aproveitar a noite. A primeira: esqueça, ou tente esquecer John Frusciante. O cara saiu, a banda seguiu em frente. É isso, não tem o que fazer. Segunda: essa foi a segunda passagem da banda pelo Brasil durante a turnê do álbum I’m With You (2011), que já dura mais de dois anos, ou seja, é praticamente impossível para qualquer pessoa manter a mesma energia durante tanto tempo na estrada. Ok? OK.

Às 22h, com o quarteto já no palco, uma curta jam precedeu “Can’t Stop”, que abriu o show de hits do Red Hot Chili Peppers. Repetindo o show de Belo Horizonte, a banda tocou na sequência “Dani California”, “Otherside”, “Factory Of Faith” e “Snow (Hey Oh)”, que serviu de exemplo para mostrar o tamanho da evolução de Josh Klinghoffer na guitarra. Em 2011, quando veio ao Brasil com a banda, sua timidez transparecia na sua técnica, destoando um pouco dos outros integrantes. Dois anos depois, Klinghoffer mostrou confiança, e quem ainda sentia a falta de Frusciante do lado direito do palco, com certeza abriu um sorriso quando ouviu uma parte de “Dosed” colada na introdução de “Under The Bridge”. A essa altura a tal ‘’objetividade jornalística’’ já tinha ido pro espaço.

A simpatia ficou por conta da cozinha da banda. Além de um entrosamento quase sobrenatural, o baixista Flea e o baterista Chad Smith tocaram com o feeling e a empolgação de sempre. O primeiro tem uma técnica que vai além da minha compreensão, e esbanja uma coisa que muita banda nova de rock não sabe nem que existe: presença de palco. O segundo, bom, coitada daquela bateria. Como toca o Mr. Smith. Tudo isso complementado pela já tradicional dança esquisita de Anthony Kiedis ao redor do palco.

Depois de um encerramento matador com “Californication” e “By The Way”, a banda voltou para o bis ao som de uma jam que deu destaque para o percussionista brasileiro Mauro Refosco, que toca com a banda desde o começo da turnê e também divide com Flea os trabalhos no Atoms For Peace.

O bis começou com o abalo sísmico que é a introdução de “Around The World” e aquele som de baixo. A lenta “Meet Me At The Corner” deu o tom da despedida, seguida de “Give It Away”, pedida e muito bem recebida pelo público. Final esperado e clássico.

Terminando o show, e fazendo um balanço do que eu senti, quatorze anos depois de comprar meu primeiro disco do Red Hot Chili Peppers, me deu vontade de agradecer. Obrigado Anthony, Flea, Chad e Josh por fazer de São Paulo, pelo menos por duas horas, um pedaço da Califórnia. Obrigado Tony Aiex, por me deixar escrever isso aqui. E obrigado John Frusciante, porque eu ainda não te esqueci. Quem sabe um dia.

 

Por Fernando Branco

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