Bruce Springsteen no Rock in Rio

(Texto em parceria com Nathália Pandeló)

Fotos: Nathália Pandeló (Gogol Bordello e Lenine) / Getty Images/Divulgação (demais shows)

Melhor dia do Rock in Rio, o segundo sábado foi um dia de catarses – de todos os lados.

A primeira foi ao meu lado, de um rapaz que pulava e berrava ao som dos primeiros acordes de “Mistério do Planeta”, canção que abriu o show de Moraes Moreira e Pepeu Gomes. A dupla de Novos Baianos e nem tão novos assim, mostraram no palco Sunset que a musicalidade do grupo, um dos mais interessantes de nossa história, continua firme a atual. Moraes ainda toca muito, Pepeu tem solos arrepiantes… mas eles estão muito mal no vocal. A convidada Roberta Sá veio para suprir essa falta, e deixar que o show fosse bacana por ser atual, e não apenas por lembranças e nostalgia.

Os Novos Baianos estão vivos, no público que cantava a canção e na Baby, que via tudo da blusa de Roberta Sá.

Enquanto Ivo Meirelles convidava Fernanda Abreu, Elba Ramalho e até Yudi, aquele do Playstation e autor dessa coisa, um bailão celta estava armado na Rock Street com a banda Sensessional. A Rock Street surpreendeu pelo clima gostoso, pelos restaurantes relativamente mais vazios e pela música irlandesa pegando fogo.

O clima de festa invadiu com pé no peito, tapa na cara, roda cigana, uísque e cachaça no show do Gogol Bordello, que ainda me dói nas costas. Após mandar uma série de músicas para dançar bêbado como “Immigraniada” e “Wonderlust King”, o grupo se uniu a Lenine (querido aqui na casa) na combinação mais curiosa do festival… E deu muito certo, da suavidade de “O Mundo” até uma catarse louca em “Pagode Russo”, de Luiz Gonzaga, o show gerou mais animação em mim do que em todas as pessoas que assistiram o show do Phillip Phillips.

Skank no Rock in Rio

Menino Phillip parecia feliz de estar ali, mas, bem… só. A empolgação do público com “Home”, só me fez imaginar o sucesso que um Mumford & Sons faria naquela noite. Noite aberta no Palco Mundo com um show espetacular do Skank. Com hits e carisma, eles são a única banda nacional capaz de levantar de verdade multidões.

Lenine e Gogol Bordello no Rock in Rio

Mas logo viria John Mayer, para suspiro das meninas e surpresa dos meninos. Com muita calma, o cantor desfilou uma seleção perfeita de hits, músicas novas e preciosidades construídas ao longo de seus sete discos. Mesclando os solos de guitarra que lembravam a boa fase do John Mayer Trio e a suavidade do violão, que ganhou destaque nesse momento mais reflexivo da carreira do músico, o repertório conseguiu abranger o melhor de toda a sua discografia, com um único defeito: ser curto demais.

John Mayer no Rock in Rio

Ainda assim, tiveram as inevitáveis palmas em “Wildfire” (é mais forte que a gente!), pedido da plateia (trocando “Vultures” por “Stop this train” – e sim, John deu as duas opções, vá entender), nostalgia com “Your body is a wonderland” e “Why Georgia”, encerrando com um arrepiante solo de guitarra no chão em “Gravity”. Com um carisma contido e uma presença muito mais forte nas cordas, Mayer se mostrou mais que um cantor pop, exibindo uma técnica certeira e um feeling incrível no instrumento. Ficou a pergunta: se não houvessem tantas fãs chorando lá na frente, será que ele não seria levado um pouquinho mais a sério? O cantor saiu do palco prometendo voltar. Certamente, boa parte do público daquela noite estará lá assim que puder assistir um show só dele.

Já o Bruce Springsteen… Bem, ele foi pra galera. Então vamos direto a ele: Caro Boss, obrigado por ter tido mais culhão que muito moleque e ter feito um daqueles shows históricos que as pessoas reclamam de não existirem desde o primeiro Rock in Rio. Obrigado por ter feito o melhor tributo ao Raul Seixas de todos. Pedimos mil desculpas, mas a maratona fez com que o Daniel caísse doente durante seu show e tivemos que ir. Queremos ouvir Badlands e Dancing in the Dark de novo. Espero que nos encontremos por aqui, further on up the road.

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