TMDQA! – Muita gente conhece as bandas através de downloads ilegais, mas acaba se tornando fã, vai aos shows, compra os discos, os artigos de merchandising…

Patrick Stump – É o que eu disse. A indústria gosta de condenar as pessoas que baixam música, mas eu culpo o artista. É preciso que você crie algo realmente bom, algo em que você e seus fãs acreditem; esse é o fator decisivo, no fim das contas. Os fãs querem baixar porque eles querem conhecer, saber o que você tem feito, e se for algo que eles não gostem, eles não irão comprar. Acho que essa é a única coisa que realmente mudou no mercado fotográfico; não existem mais aqueles compradores compulsivos de discos, desses que compram discos antes mesmo de ouvi-los. Hoje em dia as pessoas pensam bastante sobre o que elas devem ou não comprar. Se o Fall Out Boy existisse há 20 anos, talvez vendêssemos 5 milhões de cópias do nosso novo álbum, enquanto na realidade devemos vender algo entre 500 mil e 1 milhão de cópias nos Estados Unidos. Mas esses números menores têm um significado muito maior para mim, porque significa que 500 mil ou 1 milhão de pessoas realmente se dispuseram a comprar o álbum, em vez de 5 milhões que talvez ouvissem o álbum uma vez e o descartasse em seguida. Acho que o download faz as pessoas se importarem mais com o álbum.

TMDQA! – Além de marcar o retorno do Fall Out Boy, Save Rock and Roll ganhou notoriedade pelas participações de Courtney Love e Elton John. Como essas parcerias surgiram?

Patrick Stump – Nós conhecemos a Courtney por alguns amigos em comum, e surpreendentemente ela sempre esteve atenta [ao Fall Out Boy], sempre nos deu conselhos muito bons, e achamos que seria muito especial tê-la no disco. As pessoas a veem como um monstro louco que adora ir a festas – e parte dela realmente é esse personagem louco – mas ela também é muito inteligente e talentosa. Nós queríamos ter uma voz feminina no disco, porque quando você decide chamar um álbum de Save Rock and Roll e decide falar sobre o estado atual do rock, isso também infere o papel da mulher na música. Muitas vezes olhamos para uma garota e só pensamos que ela é bonita, que ela devia dançar ou namorar aquele outro cara, mas Courtney é uma mulher que pegou a idéia de ser uma rockstar e tornou isso real à força. Aí simplesmente perguntamos se ela gostaria de estar no disco, ela topou, e foi perfeita. E o Elton é um fã nosso, eu acho. Ele simplesmente nos procurou e perguntou se gostaríamos de trabalhar com ele, e fiquei extremamente honrado, porque ele é incrível. Foi simples assim. Ele é um gênio, muito, muito talentoso, e foi demais tê-lo no álbum. Foi tipo, “uau!”, sabe?

TMDQA! – Posso imaginar (risos). Até agora vocês lançaram três clipes de Save Rock and Roll, e todos contam partes diferentes de uma mesma história. Quando vamos conhecer a o final dela?

Patrick Stump – Vai rolar. Ainda estamos trabalhando no resto da história, mas vamos lançar 11 vídeos, um para cada música do álbum. É engraçado, porque as pessoas têm reagido com muita intensidade ao álbum, e estamos sendo exigidos como não acontecia há muito tempo. Estamos mais ocupados do que nunca, então estamos tentando arrumar tempo para cumprir todos os nossos compromissos, e no meio disso lembrar que precisamos parar para gravar os clipes restantes. Mas eles vão sair.

TMDQA! – Falando em clipe, no de “My Songs Know What You Did In The Dark (Light ‘Em Up)” vemos uma cópia de Take This To Your Grave [álbum de estreia do Fall Out Boy, de 2003] dentro de uma fogueira. Essa imagem tem album significado especial, considerando que o disco complete 10 anos em 2013?

Patrick Stump – Sim, tem um significado especial. Quando gravamos aquele album, dez anos atrás, ninguém ligava para o Fall Out Boy. Fizemos o album por conta própria, só nós quatro em um estúdio, sem dinheiro, fãs, ou nada desse tipo. Simplesmente criamos aquele álbum e acreditamos nele. E é engraçado, porque dez anos depois somos bem-sucedidos, mas voltamos a um estúdio para gravar um álbum que ninguém sabia que estava sendo gravado, e [depois do hiato] pensávamos que ninguém estaria nem aí para nós. Foi só nós quatro querendo gravar o Save Rock and Roll, o que me lembrou muito de quando gravamos o Take This To Your  Grave. E foi assim que decidimos honrar os dez anos dele: voltamos a gravar um álbum sem medo nenhum. E [mostrar a capa de TTTYG no clipe] foi um gesto de gratidão.

TMDQA! – Uma pergunta obrigatória: o Fall Out Boy tem planos de vir à América do Sul? A primeira e última vez que a banda se apresentou no Brasil foi em 2006.

Patrick Stump – Eu não sei quando, ainda não vi a nossa agenda, mas garanto que voltaremos.  Nos divertimos muito daquela vez, volta e meia ainda conversamos sobre aquela turnê. E é muito louco que só tenhamos ido ao Brasil uma vez! É injusto, até. Eu sei que voltaremos, só não sei quando. Mas com certeza voltaremos ao Brasil.

TMDQA! – E para encerrar, mais uma pergunta obrigatória: você tem mais discos que amigos?

Patrick Stump – Se eu tenho mais discos que meus amigos ou se tenho mais discos do que tenho amigos? Porque a resposta para ambas perguntas seria “sim” (risos). Tenho discos demais. A última vez que contei eu tinha algo em torno de 5 mil LPs, devo ter uns 6 mil agora. E não tenho a menor ideia de quantos CDs eu tenho. Provavelmente dezenas de milhares (risos).

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