Meus Discos, Meus Amigos com Helio Flanders

Com colaboração de Beatriz Tanabe

Vanguart é, sem dúvida, uma das melhores bandas no cenário atual da música brasileira. Boa parte desse mérito são das letras sempre marcantes de Helio Flanders, vocalista do grupo. O Tenho Mais Discos Que Amigos! teve o prazer de conversar com o talentoso músico, que falou sobre seu processo criativo, o novo disco e vinil, claro.

Confira abaixo a entrevista concedida à seção “Meus Discos, Meus Amigos”.

TMDQA!: Qual o disco de vinil mais importante da sua coleção?
Helio Flanders: Difícil responder! Eu destacaria o Força Bruta do Jorge Ben, o primeiro do Tom Waits (Closing Time), Let’s Stay Together do All Green e o ReImagines Gershwin do Brian Wilson, porque são um dos que mais escuto.

TMDQA!: O que você acha da volta dos discos de vinil?
Helio Flanders:  Acho incrível. Houve uma época entre os anos 90 e os anos 2000 em que realmente pensei que estaríamos fadados a viver dos usados para o fim dos tempos. Tem gente que critica as reedições, eu particularmente adoro tirar um vinil 180 gramas do plástico!

TMDQA!: Qual foi seu primeiro disco (vinil/CD)?
Helio: Surrealmente, achei o primeiro disco do Suede num balaio em Cuiabá, nos idos de 1999. Eu nem estava colecionando vinis, mas quando vi esse entre Elba Ramalho e Simone, senti que era um sinal e levei pra casa.

TMDQA!: Que bandas tem ouvido ultimamente?
Helio: Não tenho ouvido nada novo, é feio, mas é verdade.

TMDQA!: Você tem mais discos que amigos?
Helio: Posso dizer que tenho a sorte de ter um número equivalente –  Muitos amigos e muitos discos.

TMDQA!: Alguns dizem que este último álbum além de ser muito confessional, fala especificamente sobre despedida. Vocês transmitem o amor e suas diversas facetas nele. Qual, de fato, é o conceito desse trabalho?
Helio: Hoje eu já não sei mais qual o conceito do álbum. Quando o compusemos, estava muito claro que era sobre rompimentos, exílio, busca desesperada, porém com o passar do tempo, com a feliz sensação de olhar aquilo como alguém de fora do turbilhão, tenho dificuldades em chegar a alguma resposta. O álbum fala de despedida sim, mas mais do que uma despedida de uma relação amorosa, uma despedida de um tempo que passou, uma etapa vencida, um seguir adiante. Fato é que não estamos mais ali. Aliás, ele sai em vinil nesse primeiro semestre de 2013, assim como nosso terceiro álbum de estúdio.

TMDQA!: Em suas composições vocês sempre mesclaram entre os idiomas, tanto em inglês, quanto em espanhol. No Boa Parte de Mim Vai Embora, com exceção do refrão de uma música, as demais são todas em português. Vocês acham que isso influência na maneira que os fãs absorvem as músicas da banda de que maneira?
Helio: Sem dúvida. Acho que só tivemos dimensão do poder das palavras nesse disco, tanto quanto estávamos escrevendo e foi um ato doloroso enfrentar todo aquele conteúdo, como quando percebemos que aquilo estava tocando diretamente nas pessoas, batendo fundo mesmo. Ao mesmo tempo, é muito difícil compor em português, se expor, até a questão do idioma traz muitas dificuldades na hora de escrever, mas é um desafio que topamos e o próximo vem todo em português também. O caminho sempre é o de tocar as pessoas, se possível.

Meus Discos, Meus Amigos

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