Capa: Bloc Party - Four, Tulipa Ruiz - Tudo Tanto, Yellowcard - Southern-Air

Capa: Bloc Party - Four, Tulipa Ruiz - Tudo Tanto, Yellowcard - Southern-Air

Bloc Party – Four

O Bloc Party está de volta. Bom, está e não está. Após um hiato generoso, desde o lançamento do fraco Intimacy (2008), a banda lança Four, o quarto álbum (dã) da carreira dos ingleses.

Mais uma vez, quem espera um retorno à sonoridade do ótimo disco de estreia (Silent Alarm, 2005), pode se preparar para a frustração. Talvez Four esteja mais próximo da sonoridade do primeiro álbum que A Weekend In The City (2007), mas é algo completamente novo. Uma boa notícia para quem, como eu, não gostou do excessivamente eletrônico Intimacy. O Bloc Party voltou a soar orgânico.

Four é certamente o disco mais pesado da carreira do grupo liderado pelo frontman Kele Okereke, com influências claras de elementos de stoner e garage rock (“We Are Not Good People”, “Coliseum”) além do rock alternativo dos anos 1990 (o solo de “Kettling” parece extraído diretamente de Siamese Dream, do The Smashing Pumpkins). As baladas e melodias bonitas – sempre com destaque para o belo trabalho do guitarrista Russell Lissack – também marcam presença: “Day Four” e “V.A.L.I.S.” não são bonitas como “This Modern Love”, de Silent Alarm, mas cumprem bem seu papel dentro do álbum.

O problema maior de Four é a falta de coesão. O disco muitas vezes soa como uma versão demo de si mesmo, com boas ideias que não tiveram uma execução tão interessante. O lado bom do disco é que ele devolve a esperança de que o Bloc Party que encantou tanta gente não tenha desaparecido para sempre. Caso a banda consiga refinar o que apresentou aqui nos próximos álbuns, poderemos ter boas surpresas no futuro.

Nota: 7,5

Tulipa Ruiz – Tudo Tanto

Tudo Tanto vazou diretamente das mãos de Tulipa Ruiz, que disponibilizou o álbum para download gratuito em seu site oficial (baixe aqui). Uma decisão respeitável e admirável, sim, mas não é estranho estarmos celebrando, em pleno 2012, uma escolha mercadológica tão óbvia, especialmente considerando os artistas da nova geração? Bom, opiniões sobre a indústria fonográfica à parte, Tudo Tanto vale cada segundo de espera pelo download, e provavelmente muito mais.

Há alguns poucos anos, Tulipa Ruiz é aclamada como um dos maiores nomes da riquíssima nova geração de cantoras de MPB, e seu segundo álbum prova que não é à toa. Rico em texturas e estruturas, o álbum faz reverência à história da música brasileira sem soar como um “falso retrô”, e consegue ser original sem precisar apelar para experimentações excessivas.

Tudo Tanto brilha um pouco mais nas canções lentas – a bonita “OK”, ou o blues amargurado “Víbora”, que tem versos canetados por Criolo – mas acerta em faixas animadas como a abertura “É” e “Like This”, minha preferida do disco. Se o segundo passo foi assim, fico ansioso para ouvir os próximos.

Nota: 8

Yellowcard – Southern Air

Quando vi a capa e o nome de Southern Air, o novo álbum do Yellowcard, foi impossível não lembrar de Ocean Avenue, o álbum mais bem-sucedido – comercialmente, ao menos – da carreira do quinteto. Quando comecei a ouvir o álbum, disponível desde o fim da semana passada, achei ainda mais parecido.

Após altos e baixos em Lights and Sounds e Paper Walls, o Yellowcard decidiu voltar a apostar na fórmula que os consagrou em When You’re Through Thinking, Say Yes, do ano passado, decisão repetida em Southern Air: pop punk simples, potente, e altamente radiofônico.

Como Ocean Avenue, Southern Air é um disco ensolarado, feito e lançado perfeitamente para coincidir com o verão norte-americano. Com apenas 10 canções em 40 minutos, é um disco recheado de ganchos pop, e toda música teria potencial de hit… Se tivessem sido lançadas em 2003.

O disco começa com o crescendo interessante de “Awakening”, que faz Southern Air começar a todo gás. A partir de “Here I Am Alive” – que tem a participação de Tay Jardine, do We Are The In Crowd – a velocidade do disco começa a diminuir, com “Sleep In The Snow”, e a grandiosa balada “Telescope”. O álbum volta a acelerar em “Rivertown Blues”, com ótima performance do baterista Longineu Parsons III.

No geral, essa opção pelo “mais do mesmo” foi acertada, considerando o desinteresse do público pelos discos mais “sombrios” da carreira do grupo. Se por um lado Southern Air não traz nenhuma novidade ao repertório do Yellowcard, pelo menos traz o que a banda sabe fazer de melhor, e deve manter os fãs próximos.

Nota: 6,5

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