Dennis Lyxzen, do Refused, analisa bandas novas

A convite do blog Stuff You Will Hate, Dennis Lyxzen, ex-vocalista do Refused e atual do AC4, analisou alguns artistas herdeiros do hardcore (ou que pelo menos se consideram como tais), e não perdoou quase ninguém. Leia abaixo o que Dennis achou de artistas como Pierce The Veil, Bring Me The Horizon e outros:

Pierce The Veil:

“Ele está tão nervoso com a namorada dele que ele está gritando ao telefone. Tem algo errado com os cortes de cabelo deles, eu não entendo. Eles compõem nos ônibus durante as turnês, e têm tatuagens. Eles fazem música para crianças pequenas. Um deles está triste, outro está bravo. Eu não tenho ideia de porquê eles estão tão tristes e bravos. Eles são engajados politicamente? O Facebook deles está fora do ar? Eles perceberam que a música que eles fazem é impossível de se ouvir?”

Fight Fair:

“Cara, eu simplesmente amo pop punk irônico sem significado algum.”

TERROR:

“Nunca fui muito fã. Sempre achei que o hardcore fosse composto por bandas como Minor Threat, Black Flag, Bad Brains, Necros, Negative Approach, DRI, MDC, 7 Seconds, Youth Of Today, e por aí vai. Sempre achei que bandas como TERROR e similares fossem simplesmente metaleiros de cabelo curto. Mas comparado às outras bandas [da matéria], isso é muito bom. Cru e agressivo. Ainda não ficou claro pra mim o motivo de eles estarem tão nervosos, mas… perto de todas essas músicas feitas para crianças, é uma bênção.”

Attack! Attack!:

“Eu ouvi falar desse lance ‘crab-core’. Eu pensei que fosse uma piada. Quer dizer, é uma piada. Um deles está bravo, e o outro está triste. Um deles tem dreadlocks. Isso é música para crianças muito, muito pequenas. Horrível. Horrível. Horrível. O vocalista triste me lembra a banda Rasmus. Nada bom.”

Cash Cash:

“Que porra é essa? Boyband com tatuagens? Um cara pulando com um sintetizador, um vocoder e vocais com auto-tune. Isso não tem nada a ver com qualquer música que eu tenha ouvido na minha vida, tem mais a ver com Katy Perry que com qualquer outra coisa. Uma tentativa de vender uma cultura jovem ‘alternativa’, mas tão alternativa quanto American Idol”.

Bring Me The Horizon:

“Eu não tenho a menor ideia do que está acontecendo. Talvez eu seja penas um velho rabugento e esteja tão por fora das novidades musicais que não consigo compreender isso. Eu realmente não entendo isso. De todas as boybands e merdas que fui forçado a ouvir, esta foi a melhor, eu acho. Tem algum tipo de refrão em algum lugar. Ainda assim não me agrada. Nervosos, mas sem uma mensagem ou significado. Quando entrei na cena punk e hardcore, nós éramos os excluídos. Nós entrávamos em brigas com os bonitões que, hoje em dia, parecem tocar nessas bandas. Éramos feios e burros, e nenhuma garota gostava da gente. Elas ainda não gostam. Mas agora parece que todos os atletas e galãs pagaram por novas tatuagens e todos os amam. Isso não tem nada a ver com a minha vida, com a forma como cresci, nem com a música que eu ouço ou escrevo. Droga, eu sou um velho rabugento.”

Chunk! No, Captain Chunk!:

“Oh, meu Deus. Isso vai acabar um dia? Música feita para crianças pequenas que nunca ouviram uma banda de hardcore decente. Essa é outra boyband. Talvez seja mais apropriado compará-los com os metaleiros dos anos 90: música que dizia ter algum tipo de relação com o metal, mas era apenas algo super comercial e super vazio. É, é isso que está rolando. A música não tem mais significado, não tem mais substância. É somente sobre cortes de cabelo e tatuagens. Estamos vivendo tempos horríveis.

Se essas são as opções que as pessoas têm hoje, eu entendo porque elas são matam, ou saem atirando um contra os outros nas escolas. Música, para mim, explicava o mundo em que eu vivia e me dava forças para lutar contra ele. Era político, radical e cru. Isso aqui não tem sentido.”

Sobre o cover de “New Noise”, do Refused, que o Crazy Town fez:

“Esse deve ser um dos maiores mal-entendidos de todos os tempos. Não tem NADA A VER com o que éramos, o que por si só, já é impressionante. A História não será boa com o Crazy Town, e isso me faz me sentir bem.”

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